Atos
pecaminosos, portanto, são o resultado de uma natureza pecaminosa. Como vimos,
há aí também a relação de fonte e produto. Cristo atraiu na cruz a fonte do
pecado para nos libertar da escravidão dessa natureza pecaminosa. Destruída a
fonte, cessa o produto. Só depois de morrermos para o pecado, com Cristo, e
vivermos para Deus, em Cristo, através do Espírito Santo que em nós habita,
podemos experimentar uma vida de vitória sobre o pecado, na qual paulatinamente
vamos abandonando os atos pecaminosos, não porque somos mais fortes do que os
outros, mas pela vida de Cristo em nós, que é uma vida ressurreta, pura, sem
pecado. Uma vez cessada a fonte do pecado (a natureza), os produtos (atos
pecaminosos) já não têm mais como continuar sendo gerados.
O homem
nasce espiritualmente morto. É uma árvore má que, no aspecto espiritual, não dá
fruto. Temos um espírito em nós que não discerne as verdades espirituais, que
só atenta para a vontade de uma alma escravizada e para os desejos de uma carne
que para nada serve, que é fraca e insaciável. Por tal razão Paulo afirma: "Pois
qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele
está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.
Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus,
para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. Ora, o
homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem
loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas
o que é espiritual discerne bem a tudo, e ele de ninguém é discernido. Pois
quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Mas nós temos a
mente de Cristo" (I Coríntios 2: 11, 12, 14 a 16).
Quando
o Espírito do homem é vivificado ele passa a ser um com o Espírito de Deus.
Esse mesmo Espírito que ressuscitou a Cristo dentre os mortos é que nos dá a
vida de Cristo. Por isso Cristo é chamado de "o primogênito dentre os
mortos", pois a partir de Sua ressurreição e da descida do Espírito muitos
"mortos" espirituais seriam (e foram) gerados por esse mesmo
Espírito, que é o Espírito de adoção, que nos torna irmãos de Cristo,
partícipes de sua natureza, da parternidade divina, de maneira que somos
co-herdeiros com Cristo do reino de Deus.
Ao
entendermos que árvore é fonte e que Cristo é a vida, entendemos que Cristo é a
árvore da vida, que foi preterida no Éden pela árvore do conhecimento do bem e
do mal. Ele é a videira verdadeira, e nós os seus ramos, pois não temos vida em
nós mesmos, apenas quando somos enxertados na árvore, daí a necessidade de
permanecermos em Cristo como o ramo que necessita se alimentar da raiz da
árvore (João 15: 1 a 11). Se o ramo não permanecer na videira será lançado
fora, apanhado, lançado no fogo e queimado (João 15:6). Semelhantemente, toda
árvore que não produz bom fruto será cortada e lançada no fogo.
O machado já está posto à raiz das
árvores. Deus já estabeleceu um dia em que há de julgar a humanidade. O selo do
Espírito Santo é a nossa garantia de entrada no reino, é "o penhor da
nossa herança, para redenção da propriedade de Deus, em louvor da sua
glória" (Efésios 1:14). Esse Espírito é a semente plantada no coração
do homem, que o torna árvore boa. Não é possível ser árvore boa e má ao mesmo
tempo, por isso que antes de plantar Deus derrubou a árvore má, crucificou o
nosso pecado, destruiu a nossa natureza pecaminosa, destruiu a obra do inimigo.
Aos que estão na dúvida e aos que estão certos de que são árvores más,
considerem a misericórdia de Deus, clamem por novo nascimento, por vivificação
e fé, a fim de que o Espírito Santo faça visitação, imprima a vida de Cristo em
seus corações e habite em vocês, produzindo o fruto que leva à santidade e, por
fim, à vida eterna (Romanos 6:22). Como disse Jeremias: "Bendito é o
homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como
uma árvore plantada junto às águas e que estende suas raízes para o ribeiro.
Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre
verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto"
(Jeremias 17: 7 e 8 - NVI).